Valve remove mod de Mount & Blade do Steam após pedido do governo sul-coreano
A Valve anunciou recentemente a remoção global de um mod da comunidade no Steam, originalmente criado para o jogo Mount & Blade: Warband, após um pedido oficial do governo da Coreia do Sul. A decisão foi motivada por acusações de que o conteúdo promovia revisionismo histórico, especificamente em relação a um dos episódios mais traumáticos da história moderna sul-coreana.
O mod em questão, intitulado Gwangju Running Man, abordava o Movimento de Democratização de Gwangju, ocorrido em 1980. Durante o evento, milhares de estudantes e civis se reuniram para protestar pacificamente por democracia, mas foram duramente reprimidos pelas forças armadas do governo militar vigente na época, resultando em centenas de mortes. O massacre é considerado até hoje um símbolo de resistência civil no país.
De acordo com o Comitê de Classificação e Administração de Jogos da Coreia do Sul (GRAC), o mod apresentava uma versão distorcida dos acontecimentos, retratando os manifestantes como “criminosos armados”, o que, segundo o órgão, seria uma tentativa clara de reescrever a narrativa histórica para justificar a brutal repressão militar.
O conteúdo já havia sido bloqueado regionalmente na Coreia do Sul, mas agora, com o apoio da Valve, também foi removido da plataforma em todo o mundo. Em nota oficial, a empresa afirmou compreender a importância cultural e histórica do massacre de Gwangju para o povo sul-coreano, destacando a necessidade de respeitar temas sensíveis quando se trata de conteúdo gerado pela comunidade.
"Reconhecemos a gravidade do assunto e, após revisão do conteúdo e solicitação oficial do governo sul-coreano, decidimos remover o mod da plataforma globalmente", declarou a Valve.
A situação reacende o debate sobre a moderação de conteúdo em plataformas digitais, especialmente quando se trata de temas históricos delicados e disputas de narrativa envolvendo governos. O caso também levanta questionamentos sobre os limites da liberdade criativa em mods comunitários diante de legislações regionais e sensibilidades culturais.
Fonte: Automaton Media
