Ubisoft diz que microtransações tornam os jogos mais divertidos — “desde que sejam opcionais”

As microtransações podem ser alvo de duras críticas por parte do público gamer, mas para a Ubisoft, elas representam uma ferramenta de valorização da experiência, desde que aplicadas com moderação. Em seu mais recente relatório fiscal, a companhia francesa defendeu o uso do sistema, afirmando que ele pode aumentar a diversão dos jogadores, especialmente em títulos Premium.

A empresa explicou que sua estratégia gira em torno de oferecer “monetização e políticas de engajamento que respeitem a experiência dos jogadores e sejam sustentáveis em longo prazo”. Isso inclui oferecer somente itens cosméticos ou que tenham impacto secundário, como os conhecidos “aceleradores”, que aumentam ganhos de experiência ou reduzem o tempo necessário para completar determinadas tarefas.

Segundo a Ubisoft, “nossa regra dourada enquanto desenvolvemos jogos Premium é permitir aos jogadores os aproveitarem totalmente sem ter que gastar mais”. Ela reforça que a proposta das microtransações é fornecer personalização e facilitar o progresso para quem desejar, mas sem impedir o avanço de quem opta por não pagar.

No entanto, o posicionamento não foi bem recebido por parte da comunidade, que considera as declarações desconectadas da realidade dos consumidores. “Nossa experiência de monetização dentro de games Premium torna a experiência mais divertida para os jogadores ao permitir que eles personalizem seus avatares ou progridam mais rapidamente. No entanto, isso é opcional”, diz o relatório. O tom usado sugere que a empresa não reconhece plenamente as críticas feitas ao modelo, que tem sido apontado como fator de desgaste na indústria.

Jogadores frequentemente reclamam que, mesmo após pagar valores altos por jogos novos, acabam sendo limitados a versões básicas de conteúdos visuais ou funcionais, sendo forçados a gastar mais por skins ou equipamentos que antes seriam desbloqueados com dedicação ao gameplay. A frustração aumenta quando tais recursos interferem na progressão do jogador ou incentivam a repetição artificial de tarefas para motivar a compra de “atalhos”.

Apesar da justificativa da Ubisoft de que tudo é “opcional”, muitos veem o relatório como voltado principalmente aos acionistas, interessados em táticas de monetização que aumentem a rentabilidade dos produtos, mesmo que isso comprometa parte da satisfação dos consumidores.

Fonte: PC Gamer