Ubisoft demite funcionários do estúdio Red Storm, ligado à franquia Tom Clancy

A Ubisoft confirmou nesta semana a demissão de 19 funcionários da Red Storm Entertainment, estúdio histórico ligado à franquia Tom Clancy. As demissões fazem parte de uma reestruturação global da companhia, que visa cortar custos e alinhar recursos aos projetos ativos, enquanto projeta uma economia de US$ 110 milhões até 2027.
Fundado em 1996 com a participação do próprio Tom Clancy, o estúdio Red Storm continuará em operação, mas com uma equipe reduzida. Em comunicado oficial, a Ubisoft afirmou que a medida “reflete as prioridades operacionais e objetivos estratégicos da empresa para os próximos anos”. A publisher também informou que os profissionais afetados receberão pacotes de indenização, extensão de benefícios de saúde e apoio na transição de carreira.
O estúdio contribuiu com títulos importantes como Ghost Recon, Rainbow Six Siege, The Division: Heartland e XDefiant. Nos últimos anos, Red Storm passou a atuar como estúdio de apoio, inclusive em projetos de realidade virtual como Assassin’s Creed Nexus VR. Porém, o cancelamento de diversos jogos em que o estúdio trabalhava já havia resultado em demissões anteriores.
Rainbow Six Siege seguirá com equipe intacta
Apesar dos cortes, os fãs de Rainbow Six Siege podem ficar tranquilos: a Ubisoft confirmou que a equipe principal responsável pelo FPS segue ativa em Montreal, onde o desenvolvimento do título é centralizado. Mesmo assim, profissionais que atuavam no motor gráfico Snowdrop e na criação de conteúdo foram afetados pelas demissões recentes.
Segundo a diretora do Red Storm, Elizabeth Loverso, os cortes foram “necessários para garantir a resiliência da equipe e alinhar a estrutura interna com as metas atuais”. A Ubisoft, no entanto, não revelou quais projetos seguirão sob responsabilidade da Red Storm daqui para frente.
Cortes seguem onda de demissões na indústria
As demissões na Red Storm acontecem em um cenário já turbulento na indústria de games. Somente em 2025, empresas como Microsoft, Sony, Take-Two e a própria Ubisoft promoveram cortes significativos. A publisher francesa, por sua vez, fechou os estúdios de Leamington e San Francisco, além de reduzir sua equipe de Osaka após o cancelamento de XDefiant.
A companhia também tem enfrentado críticas por remover jogos comprados da biblioteca digital dos usuários, como aconteceu com The Crew, cuja exclusão impulsionou a petição Stop Killing Games, que já ultrapassou 1 milhão de assinaturas.
Momento de mudanças e desafios para a Ubisoft
Mesmo em meio à instabilidade, a Ubisoft tenta manter sua presença ativa. O lançamento de Rainbow Six Mobile na América Latina está previsto para este mês, prometendo partidas PvP 5x5 com drones e destruição tática, em linha com a proposta clássica da série.
No entanto, os problemas internos seguem chamando atenção. Recentemente, três ex-executivos da Ubisoft foram condenados na França por assédio moral e sexual, incluindo o ex-chefe editorial Serge Hascoët, que recebeu pena de prisão com sursis e multa. A empresa alegou desconhecimento das ocorrências e prometeu medidas para reforçar a cultura interna.
Outro baque veio com a saída do produtor-executivo de XDefiant, Mark Rubin, que deixou a Ubisoft e se afastou da indústria após o fim do suporte ao jogo. Ele declarou que faltaram recursos para continuar o desenvolvimento planejado, e decidiu priorizar a família. Muitos membros da equipe foram realocados para outros estúdios.
Fonte: IGN