Sony admite falhas em jogos como serviço e projeta lançamento de Marathon até março de 2026

Em reunião com acionistas, a Sony Interactive Entertainment fez um balanço de sua atuação no mercado de jogos como serviço, reconhecendo que o caminho até aqui tem sido instável. Apesar de sucessos como Helldivers 2, a empresa também enfrentou problemas com títulos como Concord e Marathon, além de projetos cancelados como o multiplayer de The Last of Us.
A CFO da Sony, Lin Tao, foi direta ao afirmar que a companhia teve dificuldades com o modelo, mas ainda acredita no seu potencial. “Agora temos Helldivers 2, MLB The Show, Gran Turismo 7 e o Destiny 2 da Bungie, então temos esses quatro live services contribuindo para vendas e lucros de uma forma estável”, explicou. Segundo ela, no último trimestre, os jogos como serviço representaram 40% das vendas de títulos first-party da empresa.
Transformação em curso, com aprendizados
Tao afirmou que, ao observar o cenário de forma mais ampla, os títulos live service já representam entre 20% e 30% das receitas da divisão PlayStation no atual ano fiscal, iniciado em abril. “Em termos de transformação, não está sendo inteiramente suave, mas, sob uma perspectiva de longo prazo, se você olhar para os últimos cinco anos, verá que houve uma mudança significativa”, pontuou.
Ela também destacou que a Sony aprendeu com os erros cometidos e vai seguir investindo no segmento, mas de forma mais cuidadosa e com expectativas mais realistas em relação ao passado.
Entre os projetos problemáticos, além de Concord e Marathon, a companhia cancelou o multiplayer de The Last of Us, teria abandonado um modo online de God of War, além de supostamente enfrentar desafios no desenvolvimento de Fairgame$ (Haven Studios) e de um projeto inédito da Bend Studios.
Marathon será lançado até março de 2026 e Bungie perde independência
A situação de Marathon, reboot da clássica franquia da Bungie, também foi abordada. Originalmente planejado para setembro de 2025, o jogo foi adiado após uma série de problemas internos, incluindo acusações de plágio artístico e críticas ao estado do gameplay. Agora, segundo a CFO, a nova previsão de lançamento é antes do fim de março de 2026.
“Estamos fazendo modificações no desenvolvimento e, com base nesse progresso, acreditamos que no outono poderemos comunicar uma nova janela de lançamento — seja através da Bungie ou da PlayStation”, afirmou.
Tao também confirmou que a Bungie está se tornando menos independente, integrando-se cada vez mais à estrutura dos PlayStation Studios. A mudança marca uma mudança estratégica dentro da Sony, que agora busca ter mais controle sobre o desenvolvimento e entrega dos jogos que produz em parceria com seus estúdios adquiridos.
Fonte: VGC