Kojima faz mudanças em Death Stranding 2 para torná-lo mais polêmico e menos "mainstream"

Com o lançamento de Death Stranding 2: On the Beach se aproximando, Hideo Kojima revelou uma decisão curiosa durante o desenvolvimento do jogo. Segundo ele, a recepção positiva demais dos testes internos não foi motivo de comemoração, mas sim de preocupação. Isso levou o diretor a fazer mudanças consideráveis na narrativa e em elementos-chave da experiência.

A revelação foi feita por Yoann “Woodkid” Lemoine, compositor responsável pela trilha sonora do jogo, durante uma entrevista recente. Segundo ele, Kojima não ficou satisfeito ao ver que os jogadores de testes estavam reagindo bem demais ao que haviam experimentado.

“Teve um momento chave em que tivemos uma conversa, provavelmente na metade do desenvolvimento do jogo, quando ele veio até mim e disse: ‘Temos um problema’. Então ele disse: ‘Vou ser muito honesto, estamos testando o jogo com os jogadores e os resultados estão bons demais. Eles estão gostando demais. Isso significa que há algo errado; precisamos mudar alguma coisa.’”, relembra Woodkid.

De acordo com o compositor, Kojima acredita que seu trabalho deve provocar sentimentos, reflexões e, muitas vezes, desconforto — não simplesmente agradar. Por isso, ele realizou alterações no roteiro, ajustou momentos cruciais e mexeu na estrutura de algumas sequências para garantir que o jogo não se tornasse um produto excessivamente acessível ou "mainstream".

“Ele mudou coisas no roteiro e na forma como certos momentos cruciais acontecem no jogo, porque achava que seu trabalho não estava sendo polarizador o suficiente, nem provocando emoções como deveria”, complementou Woodkid.

O músico ainda afirma que essa filosofia de Kojima impactou profundamente sua própria abordagem criativa. “Foi uma grande lição para mim — não fazer coisas para agradar, mas para provocar e transformar as pessoas”, conclui.

Death Stranding 2: On the Beach segue sem uma data exata de lançamento, mas está previsto para 2025, exclusivamente no PlayStation 5. O jogo promete expandir ainda mais os conceitos estabelecidos no primeiro título, misturando temas existenciais, crítica social e mecânicas que fogem dos padrões da indústria.

Fonte: via entrevista com Woodkid