Game Pass pode pagar até US$ 50 milhões por jogo, revela ex-funcionário da Microsoft
As recentes demissões na Microsoft continuam expondo informações internas da divisão Xbox, e uma delas revelou um dos segredos mais bem guardados do setor: quanto custa colocar um jogo no Game Pass. Iain MacIntyre, ex-gerente sênior de desenvolvimento de negócios, afirmou em seu perfil no LinkedIn que os acordos de inclusão no serviço variavam de US$ 50 mil até US$ 50 milhões, dependendo do porte e da relevância do título.
Segundo MacIntyre, que fez parte do time original responsável pela criação do Game Pass, ele participou de mais de 500 negociações com estúdios e editoras durante seu período na empresa. Ele destaca que esses contratos abrangeram desde jogos independentes até grandes produções AAA.
“Transformamos uma ideia de três pessoas em um sistema de assinaturas que vale bilhões de dólares”, escreveu o executivo em sua página.
Além de liderar acordos para a adição de jogos third-party, MacIntyre também ajudou na curadoria de conteúdo, licenciamento para IA, streaming e infraestrutura de redes da plataforma, mostrando uma visão ampla do modelo de negócios da divisão Xbox.
Valores milionários fazem parte da estratégia do Game Pass
Os valores citados por MacIntyre não são totalmente surpreendentes. Documentos vazados em 2023 como parte do processo entre Microsoft e FTC já indicavam que a empresa destinava cerca de US$ 1 bilhão por ano para manter e expandir o catálogo do Game Pass. O caso mais citado foi Star Wars Jedi: Survivor, cuja entrada no serviço poderia custar entre US$ 300 e US$ 400 milhões, segundo estimativas internas.
Títulos com valores na casa de US$ 50 milhões tendem a ser grandes lançamentos AAA, que têm o potencial de atrair centenas de milhares de novos assinantes ou manter os já existentes engajados. Jogos menores, especialmente indies, recebem propostas mais modestas, como os US$ 50 mil citados como base.
Mesmo com investimentos pesados, a Microsoft tem conseguido retorno. De acordo com dados divulgados no ano passado, o Game Pass já faturava mais de US$ 2 bilhões anuais, o que cobre com folga os gastos para manter o serviço atrativo — mesmo que isso signifique uma leve canibalização nas vendas diretas, especialmente nos jogos da própria Microsoft.
Demissões seguem expondo bastidores da divisão Xbox
A informação foi publicada após MacIntyre ser desligado da Microsoft no início de julho, como parte de uma nova rodada de cortes. Os impactos da reestruturação seguem sendo sentidos em várias áreas da empresa, especialmente na divisão Xbox, que já havia passado por grandes cortes nos primeiros meses de 2024, com o fechamento de estúdios como Arkane Austin e Tango Gameworks.
As revelações de bastidores mostram não apenas como o modelo Game Pass funciona internamente, mas também o tamanho da aposta da Microsoft na ideia de transformar o acesso via assinatura em um dos pilares do futuro dos jogos.
Fonte: WCCFTech
