Game Pass pode não ser tão lucrativo quanto a Microsoft sugere, revela jornalista

Game Pass pode não ser tão lucrativo quanto a Microsoft sugere, revela jornalista

Apesar de declarações passadas de que o Game Pass seria um serviço lucrativo para a Microsoft, novos relatos indicam que essa afirmação pode não refletir toda a realidade financeira do programa. Segundo o jornalista Christopher Dring, a própria Microsoft teria confirmado que não contabiliza os custos com seus jogos first-party ao calcular a rentabilidade do serviço.

A revelação, feita por Dring durante uma publicação recente, aponta que o cálculo de lucratividade do Game Pass considera somente elementos como gastos com jogos third-party, marketing e custos operacionais da plataforma. Isso significa que as despesas associadas ao desenvolvimento de títulos próprios, como Starfield ou Hellblade II, não entram na conta oficial divulgada ao mercado.

“Os custos considerados no cálculo da lucratividade do Game Pass incluem coisas como taxas pagas a estúdios de terceiros, marketing e custos operacionais do serviço. O que não está sendo considerado é a receita que os estúdios próprios da Xbox deixam de ganhar por colocarem seus jogos no serviço”, explicou Dring.

Essa abordagem levanta dúvidas sobre o real impacto financeiro da estratégia adotada pela Microsoft, especialmente após a recente onda de demissões e cortes de projetos em vários de seus estúdios. Para o jornalista, caso os jogos internos fossem tratados com a mesma lógica aplicada aos títulos third-party — com compensações financeiras próprias —, a rentabilidade do serviço provavelmente desapareceria.

Game Pass: uma aposta ainda sem retorno claro

O modelo do Game Pass é frequentemente comparado a plataformas de streaming como a Netflix, mas seu impacto nos lucros da divisão Xbox ainda é tema de debate. Embora a proposta seja vista como vantajosa para os consumidores, alguns desenvolvedores e analistas sugerem que o modelo é difícil de sustentar a longo prazo, especialmente com os altos custos de produção dos títulos Triple A modernos.

Phil Spencer já afirmou que o Game Pass “é lucrativo e sustentável”, mas nunca divulgou os dados exatos dessa rentabilidade. Agora, com a revelação de que parte significativa dos custos é desconsiderada nos cálculos, essa transparência volta a ser questionada.

A crise e os cortes colocam o modelo em xeque

O debate sobre o Game Pass se intensificou nos últimos meses após a Microsoft anunciar a demissão de milhares de funcionários da divisão Xbox, incluindo nomes importantes de estúdios como Arkane Austin, Tango Gameworks e Turn 10. Em meio às mudanças, muitos acreditam que a companhia está reavaliando suas prioridades — e possivelmente o custo-benefício de manter um modelo de assinatura como carro-chefe de sua operação.

Com títulos como Avowed, Fable e Perfect Dark ainda no forno e prometidos para chegar no Day One ao serviço, o futuro do Game Pass segue incerto, tanto em termos de lucratividade real quanto na forma como afeta as decisões criativas e operacionais dos estúdios envolvidos.

Fonte: Christopher Dring / GamesIndustry.biz