EUA anuncia estudo para investigar possível relação entre massacres escolares e videogames

EUA anuncia estudo para investigar possível relação entre massacres escolares e videogames

Na última quinta-feira (9), o governo dos Estados Unidos apresentou o plano “Make Our Children Healthy Again”, que busca incentivar hábitos mais saudáveis entre jovens, como melhor alimentação e prática regular de exercícios físicos. Entretanto, o projeto também levantou polêmica ao incluir um estudo oficial sobre a possível ligação entre videogames e os massacres em escolas, segundo revelou o secretário de saúde Robert F. Kennedy Jr.

Em seu pronunciamento, Kennedy Jr. afirmou que o aumento de ataques em instituições de ensino começou a ser registrado nos anos 1990, período em que a indústria de games consolidava sua ascensão mundial. Ele declarou que, em sua geração, as armas de fogo eram comuns no dia a dia, mas não havia registros de massacres semelhantes aos vistos nas últimas décadas.

“Tínhamos clubes de armas. As crianças traziam armas para as escolas e éramos encorajados a fazer isso, e ninguém estava entrando nelas e atirando em pessoas”, disse Kennedy Jr., ao sugerir que jogos digitais, redes sociais e o uso excessivo de medicamentos psiquiátricos estão entre os fatores que podem explicar o fenômeno.

Segundo ele, a frequência dos massacres nos Estados Unidos contrasta com a realidade de outros países. “Na Suíça, o último caso desse tipo aconteceu há 23 anos, enquanto na América do Norte eles acontecem uma vez a cada 23 horas”, comparou. O secretário destacou que o Instituto Nacional de Saúde vai conduzir uma investigação aprofundada, com foco inicial na dependência de remédios psiquiátricos, mas sem descartar a análise de outras “possíveis causas”, incluindo os videogames.

Vale lembrar que a associação entre games e violência juvenil é um debate antigo, reacendido em diversas ocasiões desde os anos 1990, quando títulos como Mortal Kombat levaram à criação da ESRB, o sistema de classificação indicativa da indústria. Diversos estudos acadêmicos, no entanto, já indicaram que não há evidências concretas de que os videogames sejam responsáveis diretos por comportamentos violentos. Ainda assim, o tema segue sendo utilizado por políticos como uma forma de justificar o aumento da violência armada no país.

Fonte: PC Gamer