Criador de Minecraft defende pirataria de games diante do modelo atual da indústria

Markus Persson, mais conhecido como Notch e criador do fenômeno Minecraft, voltou a ser assunto entre os gamers por adotar uma postura aberta em relação à pirataria de jogos. Em uma série de publicações feitas no X (antigo Twitter), o desenvolvedor criticou o atual modelo de distribuição de games e afirmou que, diante das regras impostas pelas empresas, "piratear não é roubo".
Just verifying that yes, that is what I was talking about.
— notch (@notch) July 7, 2025
If buying a game is not a purchase, then pirating them is not theft.
Segundo ele, a lógica por trás da pirataria ganha força quando consumidores compram um jogo, mas não possuem direitos permanentes sobre o produto. “Se comprar um game não é fazer uma compra, então piratear não é roubo”, escreveu Notch, repetindo um velho bordão da internet que voltou a circular recentemente em meio ao debate sobre a preservação de jogos digitais.
Embora tenha deixado claro que não assinou a petição “Stop Killing Games”, que protesta contra o encerramento de títulos comprados digitalmente, o criador do sandbox da Mojang declarou que concorda com os princípios da campanha, que defende o direito dos consumidores de manter o acesso aos jogos que compraram, mesmo após servidores e lojas digitais serem desligados.
Essa não é a primeira vez que Notch demonstra tolerância à pirataria. Em 2012, ele já havia dito que não se incomodava com pessoas que pirateassem Minecraft em momentos de dificuldade financeira — contanto que elas comprassem o jogo futuramente, caso tivessem condições. Em eventos da época, também reforçou que copiar um software não é o mesmo que roubar um item físico. “Quando você rouba um carro, há um carro a menos. Quando você pirata um game, há mais uma cópia em circulação”, explicou o desenvolvedor durante a GDC 2011.
Markus Persson vendeu a Mojang para a Microsoft em 2014, mas desde então continua sendo uma figura polêmica, tanto por suas opiniões sobre a indústria quanto por comentários controversos em temas sociais. Ainda assim, sua postura mais recente reacendeu o debate sobre propriedade digital, preservação de jogos e os limites do consumo no mercado atual.
Fonte: Notch/X