Criador de Counter-Strike revela arrependimento por ter deixado a Valve

Minh Le, conhecido pela comunidade como Gooseman e co-criador do icônico Counter-Strike, compartilhou recentemente reflexões sinceras sobre sua saída da Valve, revelando que, embora tenha aprendido muito em sua trajetória, se arrepende de ter deixado a empresa.
O desenvolvedor começou sua carreira aos 20 anos, quando, ao lado de Jess Cliffe, transformou Half-Life em um mod multiplayer chamado Counter-Strike — lançado em 1999. O sucesso foi tão estrondoso que, em 2000, a Valve decidiu adquirir o projeto e contratou ambos os criadores. Desde então, o jogo evoluiu para se tornar um dos maiores fenômenos da história dos FPS, com sua versão mais recente, Counter-Strike 2, ainda dominando a cena competitiva global.
Durante seu tempo na Valve, Minh Le tentou desenvolver uma espécie de sequência, chamada internamente de Counter-Strike 2.0, buscando implementar ideias mais ousadas e mudar certos aspectos do jogo. No entanto, a empresa acreditava que mexer demais na fórmula poderia comprometer o sucesso já estabelecido, o que levou Minh Le a decidir seguir outro caminho.
“Eu estava conversando com o Gabe e alguns dos chefes da empresa, e chegamos à conclusão de que eu não conseguiria trabalhar em um jogo que eu pudesse moldar da mesma forma que moldei o Counter-Strike”, explicou Le. “Nós dois percebemos que o Counter-Strike havia chegado ao seu auge. Era impossível mudarmos qualquer coisa, porque a comunidade já estava muito acostumada com ele. Eu queria muito criar recursos diferentes.”
A saída foi feita de maneira amigável, mas com o passar dos anos, Le admite que a decisão teve um custo:
“Foi uma decisão amigável. Eles não me forçaram a sair nem nada do tipo. Mas uma parte de mim meio que se arrepende. Olhando para trás, minha decisão de deixar a Valve foi, financeiramente, uma escolha meio ruim. Se eu tivesse ficado na Valve, já poderia estar aposentado agora. Mas escolhi um caminho mais difícil.”
Após deixar a Valve, Minh Le enfrentou altos e baixos em sua carreira, incluindo projetos com empresas complicadas e decisões comerciais que não deram certo. Ainda assim, ele reconhece o aprendizado:
“Trabalhei com empresas e pessoas problemáticas. Mas aprendi muito e consegui crescer como desenvolvedor de jogos.”
Hoje, Minh Le segue no desenvolvimento de games e atualmente colabora com o estúdio Ultimo Ratio em um projeto chamado Alpha Response. Mesmo fora da Valve, ele ainda acompanha o legado de Counter-Strike com orgulho, ainda que reconheça que o público atual não seja exatamente aquele que ele imaginou quando criou o jogo:
“Fico feliz que o Counter-Strike seja um sucesso e que as pessoas estejam jogando. Não é o público que eu imaginava jogando quando criei o jogo, mas que eles aproveitem. Se tem algo no jogo que eles gostam de fazer, isso é bom.”
Fonte: PCGamesN