Collective Shout reforça posição e diz que denunciará conteúdos “legais ou ilegais”

A Collective Shout, grupo ativista que tem pressionado plataformas como o Steam a remover jogos com conteúdo adulto e sexualmente explícito, voltou a se pronunciar sobre suas ações recentes. A organização, que foi uma das responsáveis por mobilizar processadores de pagamento contra a Valve, afirmou que continuará denunciando qualquer tipo de material que considere nocivo, mesmo quando estiver dentro da lei.
Em entrevista, Caitlin Roper, gerente de campanha da Collective Shout, explicou que o foco do grupo está na luta contra a exploração e a objetificação de mulheres e meninas. Para ela, a legalidade não é o critério principal, mas sim o impacto que esse tipo de conteúdo pode causar. “Nosso trabalho se concentra em combater a objetificação sexual e a exploração de mulheres e meninas, então direcionamos nossa energia para isso. (...) Nos opomos a conteúdos que prejudicam o status de mulheres e meninas, que as objetificam e desumanizam, independentemente de serem legais ou ilegais”, declarou.
A ativista também respondeu às críticas de que a campanha seria uma forma de censura. Segundo Roper, a restrição imposta ao acesso de certos jogos em plataformas populares não equivale a uma violação de direitos. “Ninguém tem o direito humano de simular e encenar fantasias de estupro e violência extrema contra mulheres. Não poder acessar jogos de estupro em plataformas de jogos populares é um pequeno inconveniente, não uma violação dos direitos de alguém”, disse ela.
Roper ainda argumentou que processadores de pagamento têm plena autonomia para decidir quais tipos de conteúdo desejam hospedar. Ela citou como exemplos casos envolvendo estupro, incesto, violência sexual e exploração infantil, destacando que esses materiais já haviam sido considerados ilegais pelas próprias empresas antes mesmo da pressão pública.
Além disso, a representante da Collective Shout criticou plataformas como Steam e Itch.io por não terem estabelecido regras rígidas de moderação desde o início. Na visão dela, a falta de ação inicial fez com que desenvolvedores fossem impactados negativamente somente agora, quando a remoção passou a ser mais agressiva.
A polêmica em torno da atuação da Collective Shout se intensificou em julho, quando o grupo revelou que havia recorrido diretamente aos processadores de pagamento, alegando que a Valve vinha ignorando seus pedidos de retirada de jogos considerados abusivos. Para Roper, o debate deve levar os jogadores a refletirem sobre valores sociais e os efeitos da glorificação da violência contra mulheres.
Fonte: TwekTown