CEO da Ubisoft responde a investidor que chamou Assassin’s Creed Shadows de “woke”

CEO da Ubisoft responde a investidor que chamou Assassin’s Creed Shadows de “woke”

A reunião anual de acionistas da Ubisoft, que normalmente abordaria temas financeiros e estratégicos, tomou um rumo inesperado após um investidor questionar diretamente o CEO Yves Guillemot sobre o suposto “viés político” de Assassin’s Creed Shadows. O momento, que foi registrado em vídeo e repercutiu nas redes, mostrou um dos acionistas classificando o novo título da série como “woke” e acusando a empresa de seguir uma “agenda política esquerdista”.

Apresentando-se como um “novo investidor, mas jogador antigo”, o homem fez referência direta à ambientação e à escolha de protagonistas do game, que se passa no Japão feudal e tem Yasuke, um samurai africano histórico, como um dos personagens jogáveis. O investidor afirmou que essa decisão seria uma tentativa de agradar movimentos políticos e citou ainda a possibilidade de o protagonista se envolver romanticamente com um personagem transgênero.

“Essa é uma escolha ousada da Ubisoft. Na história, ele pode se apaixonar por um personagem transgênero. Isso está deteriorando a imagem da companhia e desafiando suas fundações”, afirmou o investidor, antes de questionar se a Ubisoft pretendia “voltar atrás nessa agenda”.

Visivelmente desconfortável, Guillemot evitou usar os termos citados e não se aprofundou em discussões ideológicas. Em vez disso, defendeu a proposta criativa do jogo e destacou a importância da diversidade de histórias. “Esse é um personagem real. Esse é alguém que realmente existiu. E mostrar esse personagem tem sido extremamente bem-sucedido. E é por isso que decidimos contar essa história. Queríamos contar uma história diferente”, afirmou o CEO.

A resposta foi vista por muitos como uma tentativa de manter o foco na autenticidade histórica e na liberdade criativa, sem alimentar polêmicas desnecessárias. Guillemot também comentou sobre a iniciativa Stop Killing Games, movimento que critica a remoção de jogos do mercado. O executivo afirmou que a Ubisoft está ciente do tema e já adota medidas para garantir maior longevidade aos seus títulos, ainda que reconheça que “o suporte não pode durar para sempre”.

Apesar das críticas pontuais, Assassin’s Creed Shadows segue como um dos maiores sucessos da Ubisoft em 2025, sendo o terceiro jogo mais vendido do ano até o momento. No entanto, a empresa ainda passa por reestruturações, contando com apoio da gigante chinesa Tencent para ajustar sua saúde financeira e operacional.

Fonte: Kotaku